
Este artigo apresenta a pesquisa desenvolvida durante a concepção do trabalho artístico Ossuário (2015). O ponto de partida dessa investigação é a busca pela composição de uma performance ritual com ossos de animais, para a instauração de uma zona de liminaridade aberta enquanto campo de ressonância da potência da morte. Inicialmente, é articulado um entendimento acerca da relação entre performance e ritual, considerando o conceito de liminaridade, e um entendimento relativo a ancestralidade como fator que fundamenta a prática artística que integra a pesquisa. Posteriormente, segue o relato do processo de criação da performance, constituído por imersões no Sertão do interior do Piauí e em dunas do litoral de Fortaleza, no nordeste do Brasil, de modo a ser discutido os seus elementos conceituais e poéticos.