
Esta entrevista apresenta três artistas cujas práticas utilizam a sua presença física e acções em ambientes naturais como instigação e ponto de partida, oferecendo reflexões sobre formas de ver e valorizar o que muitas vezes passa despercebido. Explora-se o poder criativo de não compreender totalmente - de estar presente no momento, guiado pela improvisação, pelo ritmo e por elementos que revelam o tempo. A conversa volta-se para a natureza: não como uma natureza selvagem intocada, mas como um conceito moldado pela cultura e pela indústria. “Selvagem” não é a ausência de humanos, mas uma relação com eles. Reintroduzir a natureza na cidade, colaborar com ela, é desafiar estas fronteiras. Através da recolha de vestígios, do seguimento de gestos e da adoção de uma noção de tempo profundo, emerge uma nova compreensão das relações humanas e mais do que humanas - uma compreensão inteligente, equilibrada e profundamente relacional. Há beleza no desaparecimento, nas experiências irrepresentáveis, nos encontros fugazes que resistem à captura.