Maíra Santos (1976). Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, Licenciada em Dança pela Universidade Anhembi-Morumbi, tem um mestrado em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas e um doutoramento em Dança pela Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa. Entre Julho de 2014 e Dezembro de 2018 foi bolseira Capes no programa Doutorado Pleno no Exterior (Brasil). No campo da dança trabalhou e trabalha como coreógrafa, intérprete-criadora, preparadora corporal e professora. Como bailarina e performer contemporânea destacam-se a colaboração com Martim Pedroso & Emanuel Sciannamea (Portugal, 2012), Clarice Lima (Portugal, 2013) e Vera Mantero (Portugal, 2014). Lecciona regularmente dança contemporânea e dança teatro para jovens, adultos e crianças, com ou sem necessidades especiais. É membro integral do Centro de Estudos de Teatro da Universidade de Lisboa e Pós-Doutoranda em Dança pela Faculdade da Motricidade Humana da Universidade de Lisboa. Atualmente, os seus interesses vão da estética e história da dança, teatro comunitário aos estudos culturais e processos criativos em dança.
O artigo propõe-se a discutir a performance “Oferecem-se sombras: para uma vida que faça mais sentido” (2013), da coreógrafa portuguesa Vera Mantero e convidados, inserida na programação do Encontro Internacional de Estudos da Performance em Portugal, InDirecções Generativas, organizado pela Associação Baldio, em Montemor-o-Novo, distrito de Évora. A obra acabou resultando em cerca de trinta criações performáticas, em um terreno rural localizado próximo a Montemor-o-Novo, que envolveram diferentes áreas das artes: visuais, plásticas, sensoriais, sonoras, dentre outras sem fácil classificação. Para tanto, o artigo tem como proposta analisar alguns de seus Problemas Coreográficos (Cvejić, 2013, 2015), isto é, conceitos ou pensamentos que a obra em questão parece engendrar, a saber: a performance como processo, a proximidade entre o artistas e o público, o conceito de Assemblage e a ideia de uma Arte Hodológica. O embasamento teórico é constituído a partir dos trabalhos de Bojana Cvejić, Tim Ingold, Gilles A. Tiberghien, dentre outros. O intuito será sempre o de contribuir para abordagens do corpo e do movimento, ajudar nas reconfigurações dos termos Performance e Coreografia, sem perder de vista uma análise do pensamento e dos problemas engendrados na obra de Vera Mantero.
Referências
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