Ir al menú de navegación principal Ir al contenido principal Ir al pie de página del sitio

Artículos originales

Vol. 3 Núm. 2 (2025): Revista Estud(i)os de Dança 6

O Corpo sensível e o Corpo visível: Práticas somáticas, Corporeidade e Identidade no ensino da dança

DOI
https://doi.org/10.53072/RED202502/00208

Resumen

O presente artigo aborda os processos de construção corporal e de formação da identidade artística no contexto da formação em dança no ensino vocacional. Assente numa metodologia qualitativa, desenvolvida no âmbito de um doutoramento, o estudo envolveu dez estudantes da Escola Superior de Dança do Instituto Politécnico de Lisboa. O trabalho de campo incluiu a implementação de um curso de Movimento Somático (MS), composto por vinte sessões práticas, complementadas por entrevistas e diários de bordo. Os resultados evidenciam processos de transição e reconfiguração identitária nos estudantes, atravessados por tensões entre o corpo como objeto e como sujeito da experiência. Os discursos dos participantes revelam um confronto entre o habitus previamente adquirido — que integra valores e ideais estéticos interiorizados — e as novas abordagens técnicas e pedagógicas do ensino superior, que promovem o questionamento e a desconstrução desses padrões.Os discursos dos participantes revelam o confronto entre o habitus previamente adquirido — que incorpora determinados valores e ideais estéticos interiorizados — e as novas abordagens técnicas e pedagógicas do ensino superior, que suscitam o questionamento e a desconstrução desses padrões. O curso de MS desenvolveu competências ao nível da consciência sensorial, possibilitando a descoberta de novos modos de mover e de percecionar o corpo, o que favoreceu uma apropriação mais subjetiva e autorreflexiva do movimento. Conclui-se que a integração de práticas somáticas no ensino da dança, ao promover uma aprendizagem sensível e reflexiva, favorece a articulação entre as dimensões experiencial, performativa e representativa do corpo em movimento, contribuindo para a construção da identidade artística do estudante de dança.

Citas

  1. Barr, S., & Oliver, W. (2016). Feminist pedagogy, body image, and the dance technique class. Research in Dance Education, 17(2), 97–112. https://doi.org/10.1080/14647893.2016.1177008
  2. Bourdieu, P. (1990). The logic of practice. Stanford University Press.
  3. Bull, C. (1997). Sense, meaning, and perception in three dance cultures. In J. C. Desmond (Ed.), Meaning in motion: New cultural studies of dance (pp. 269–288). Duke University Press.
  4. Cole, J., & Montero, B. (2007). The situated body. Janus Head, 9(2), 299–317. https://doi.org/10.5840/jh2006922
  5. Creswell, J. W. (2012). Educational research: Planning, conducting and evaluating quantitative and qualitative research (4th ed.). Pearson.
  6. Damásio, A. R. (1999). The feeling of what happens: Body and emotion in the making of consciousness. Harcourt Brace.
  7. Denzin, N. K., & Lincoln, Y. S. (2003). The landscape of qualitative research: Theories and issues. Sage.
  8. Fazenda, M. J. (2024). Editorial: Participar na construção do mundo, aos cinquenta anos da Revolução dos Cravos. Revista Estud(i)os de Dança, 2(2), 1–8. https://doi.org/10.53072/RED202402/00101
  9. Fortin, S., Long, W., & Lord, M. (2002). Three voices: Researching how somatic education informs contemporary dance classes. Research in Dance Education, 3(2), 155–179. https://doi.org/10.1080/1464789022000034712
  10. Foster, S. L. (1997). Dancing bodies. In J. C. Desmond (Ed.), Meaning in motion: New cultural studies of dance (pp. 235–257). Duke University Press.
  11. Foucault, M. (1979). Discipline and punish: The birth of the prison. Vintage Books.
  12. Gallagher (2005). How the body shapes the mind. Clarendon Press.
  13. Gibbs, R. W. Jr. (2006). Embodiment and cognitive science. Cambridge University Press. https://doi.org/10.1017/CBO9780511805844
  14. Gilbert, D. G. (2014). A conceit of the natural body: The universal-individual in somatic dance training [Doctoral dissertation, University of California]. eScholarship Publishing. https://escholarship.org/uc/item/2285d6h4
  15. Green, J. (1999). Somatic authority and the myth of the ideal body in dance education. Dance Research Journal, 31(2), 80–100. https://doi.org/10.2307/1478333
  16. Guba, E. G., & Lincoln, Y. S. (1994). Competing paradigms in qualitative research. In N. K. Denzin & Y. S. Lincoln (Eds.), Handbook of qualitative research (pp. 105–117). Sage.
  17. Hanna, T. (1985). Bodies in revolt: A primer in somatic thinking. Freeperson Press.
  18. Legrand, D., & Ravn, S. (2009). Perceiving subjectivity in bodily movement: The case of dancers. Phenomenology and the Cognitive Sciences, 8(3), 389–408. https://doi.org/10.1007/s11097-009-9135-5
  19. Lussier-Ley, C. (2013). Towards an enhanced understanding of dance education and the creative experience [Doctoral dissertation, University of Ottawa]. uO Research. https://ruor.uottawa.ca/handle/10393/30354
  20. Mauss, M. (1973). Techniques of the body. Economy and Society, 2(1), 70–88. https://doi.org/10.1080/03085147300000003
  21. Maxwell, J. A. (2013). Qualitative research design: An interactive approach. Sage.
  22. Novack, C. J. (1990). Sharing the dance: Contact improvisation and American culture. University of Wisconsin Press.
  23. Parviainen, J. (1998). Bodies moving and moved: A phenomenological analysis of the dancing subject and the cognitive and ethical values of dance art [Doctoral dissertation, Tampere University]. https://trepo.tuni.fi/bitstream/handle/10024/68138/951-44-5595-9.pdf
  24. Patton, M. Q. (2002). Qualitative research & evaluation methods. Sage.
  25. Pickard, A. (2012). Schooling the dancer: The evolution of an identity as a ballet dancer. Research in Dance Education, 13(1), 25–46. https://doi.org/10.1080/14647893.2011.651119
  26. Radell, S. A., Keneman, M. L., Adame, D. D., & Cole, S. P. (2014). My body and its reflection: A case study of eight dance students and the mirror in the ballet classroom. Research in Dance Education, 15(2), 161–178. https://doi.org/10.1080/14647893.2013.879256
  27. Rato, R. (2022). Educação somática e a perceção de si próprio em movimento: Contributos para a construção da imagem corporal do estudante de dança no ensino superior (Tese de Doutoramento em Motricidade Humana, Universidade de Lisboa). Repositório da Universidade de Lisboa. http://hdl.handle.net/10400.5/26351
  28. Roche, J. (2015). Multiplicity, embodiment and the contemporary dancer: Moving identities. Palgrave Macmillan. https://doi.org/10.1057/9781137429858
  29. Rouhiainen, L. (2003). Living transformative lives. Theatre Academy.
  30. Schilder, P. (1999). Image and appearance of the human body. Routledge.
  31. Shusterman, R. (2008). Body consciousness: A philosophy of mindfulness and somaesthetics. Cambridge University Press. https://doi.org/10.1017/CBO9780511802829
  32. Turtelli, L. S., Tavares, M., & Duarte, E. (2002). Caminhos da pesquisa em imagem corporal na sua relação com o movimento. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 24(1), 151–166. http://www.oldarchive.rbceonline.org.br/index.php/RBCE/article/viewFile/348/303