Rita Rato é Doutorada em Motricidade Humana, na especialidade de dança pela Faculdade de Motricidade Humana (FMH) da Universidade de Lisboa e licenciada em dança (FMH). É Professora Auxiliar convidada no departamento de Educação, Ciências Sociais e Humanidades da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, investigadora integrada no Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudo de Música e Dança, INET-md/polo FMH e membro do Centro de estudos em artes performativas (CEAP). Rita iniciou os seus estudos na Escola de Dança do Conservatório Nacional, em Lisboa, tendo concluído o curso de formação de bailarinos. Foi bailarina profissional em diversas companhias com repertório contemporâneo e também em vários espetáculos de Teatro Musical. É diplomada pelo Pilates Institute of London.
Escola Superior de Dança, Instituto Politécnico de Lisboa; INET-md Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos em Música e Dança
Atualmente Cecília é Professora da Licenciatura e Mestrado em Dança pela Escola Superior de Dança (IPL) e investigadora do Instituto de Etnomusicologia: Centro de Estudos em Música e Dança. Doutorada na especialidade de Dança pela Universidade de Lisboa e Mestre em coreografia pela ArtEZ Faculty of Arts (NL). Desenvolve investigação no campo da relação da dança com fenomenologia, ciências cognitivas, práticas somáticas, educação pela arte e digital-media art. Inicia a sua carreira profissional como coreógrafa e bailarina em 1999, trabalhando com diversos criadores Europeus. Entre 2002 e 2008 foi co-diretora artística da companhia Canvas Performing Art (NL). Professora da Faculdade de Motricidade Humana – UL entre 2016 e 2023. Professora convidada da Amsterdam Faculty of Arts, ArtEZ Faculty of Arts e Universidade Aberta – Doutoramento em Digital-Media Art.
Na sequência do convite por parte da Direção da revista RED para a edição de uma secção temática dedicada à educação e práticas somáticas, surgiu a vontade de propiciar a reflexão e a discussão acerca dos desafios e potencialidades que este campo de estudos encontra na contemporaneidade. A educação somática desenvolve uma intensificação da consciência do corpo através de uma perceção sensoriomotora. Conhecer e sentir o corpo a partir da experiência sensorial significa experienciar o corpo intensamente, como um espaço poroso e pulsante, ao mesmo tempo que implica um exercício de incorporação de um tempo lento e dilatado. Numa época digital, onde predominam as tiranias da velocidade, tal como Paul Virilio (2007) denuncia, assumir a prática somática enquanto visão epistemológica é, por si só, um ato de resistência. Logo, também a expressão “educação somática”, que aqui propomos, compreendida enquanto orientação para a prática do sensível e para a estimulação de um modo de autoconhecimento relacional e criativo, afigura-se como um modo de resistência.
Referências
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