Saltar para menu de navegação principal Saltar para conteúdo principal Saltar para rodapé do site

Dossiê Temático: Da diversidade da dança teatral em Portugal

Vol. 2 N.º 2 (2024): Revista Estud(i)os de Dança 4

Enlaces e desenlaces na pluralidade das danças em Portugal

DOI
https://doi.org/10.53072/RED202402/00207

Resumo

Este estudo começa por problematizar as condições necessárias para a fundação e desenvolvimento da disciplina de Etnocoreologia em Portugal. Para tanto, tencionamos em primeiro lugar contextualizar internacionalmente esta disciplina na sua relação com a área fundacional da Etnomusicologia. Ao mesmo tempo, é nossa intenção realizar uma análise crítica do caminho dos estudos folcloristas em Portugal, esclarecendo os traçados que, desde o século XIX, foram marcando o território onde os conceitos de popular, tradição e autenticidade ficaram politicamente entrelaçados. Colocaremos então a hipótese de que as alterações sociais e culturais introduzidas pela Revolução dos Cravos impactariam tardiamente naquele entrelace, não tanto por via de uma prática teórica, mas sobretudo graças a uma teoria incorporada que a dança contemporânea trouxe. Com efeito, defendemos que no terreno da dança contemporânea aconteceria, já no século XXI, o desenlace necessário para a recuperação de novos modos de enlace no âmago da cultura expressiva, quebrando as fronteiras entre a alta cultura e a baixa cultura. Assim, coreógrafas como Filipa Francisco e Clara Andermatt trouxeram modos de desenlace de formas coreográficas tradicionais, fazendo-as participar através de trabalhos colaborativos com comunidades de praticantes, em novos enlaces, que encontram, no quadro da dança teatral, soluções híbridas de refrescamento das assim designadas tradições nacionais.

Referências

  1. Armstrong, L. (1948). Dances of Portugal. Max Parrish & Co.
  2. Associação PédeXumbo. (2018, 9 de novembro). A ciência de um baile de mastro. https://pedexumbo.com/ciencia-de-um-baile-de-mastro/
  3. Associação PédeXumbo. (2024). Laetare | Promo, 2023 [Film]. Youtube. https://www.youtube.com/watch?v=5ejDd8wGy4U
  4. Boas, F. (1972). The function of dance in human society (2nd ed.). Dance Horizons. https://archive.org/details/functionofdancei00boas/page/n7/mode/2up
  5. Braga, T. (1885a). O Povo Português nos seus Costumes, Crenças e Tradições: Volume I. Livraria Ferreira. https://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=hvd.hny8nq&seq=3
  6. Braga, T. (1885b). O Povo Português nos seus Costumes, Crenças e Tradições: Volume II. Livraria Ferreira. https://archive.org/details/opovoportuguezn00braggoog/page/n10/mode/2up
  7. Buckland, T. (Ed.) (1999). Dance in the field: Theory, methods and issues in dance ethnography. MacMillan Press.
  8. Castelo-Branco, S., & Branco, J. F. (2003). Vozes do Povo: A folclorização em Portugal. Celta Editora. https://books.openedition.org/etnograficapress/537?lang=en
  9. Chaves, L. (1945). Coreografia popular portuguesa. Revista de las ciências, X(1), 1-27.
  10. Companhia Clara Andermatt. (2024). Fica no Singelo. https://www.ccandermatt.com/pt/creations/fica-no-singelo
  11. Comissariado Nacional da M. P. F.. (n.d). Danças Regionais. Secretariado Nacional da Informação/Mocidade Portuguesa Feminina.
  12. Cruz, C. B. da (2010). Dança das Fitas. In S. Castelo-Branco (Dir.), Enciclopédia da Música em Portugal no século XX (Vol. II, p. 365). Círculo de Leitores.
  13. Dance Studies Association. (2021). A brief history. Dance Studies Association. https://www.dancestudiesassociation.org/a-brief-history
  14. Fazenda, M. J. (1993). Para uma compreensão da pluralidade das práticas da dança contemporânea: Repensar conceitos e categorias. Antropologia Portuguesa, 11, 67-76.
  15. Fazenda, M. J. (2014). A dimensão reflexiva do corpo em acção: contributos da antropologia para o estudo da dança teatral. In P. Godinho (Coord.), Antropologia e performance: Agir, atuar, exibir (pp. 53-76). 100Luz Editora.
  16. Felföldi, L., & Buckland, T. J. (2002). Authenticity. Whose Tradition? European Folklore Institute.
  17. Festival Andanças. (2023). PédeXumbo. http://pedexumbo.com/andancas/
  18. Frazer, J. G. (1894). The golden bough. A study in comparative religion (Vol. I). MacMillan.
  19. Gallop, R. (1940). Cantares do Povo Português. Instituto da Alta Cultura.
  20. Gallop, R. (1961). Portugal: A book of folk-ways. Cambridge University Press. (Original work published 1936).
  21. Homem de Mello, P. (1962). Danças Portuguesas: Danses Portugaises - Portuguese Dances. Lello & Irmãos Editores.
  22. ICTMD (n.d). Study Group on Ethnochoreology. https://ictmusic.org/studygroup/ethnochoreology
  23. International Council for Traditional Music and Dance. (2010–2024). International Council for Traditional Music and Dance. https://ictmusic.org/
  24. Jiménez Sedano, L. (2019). Kizomba dance: From market success to controversial national brand. Revue Européenne de Migrations Internationales, 35(3 & 4), 107-127.
  25. Leça, A. (1940). Danças e cantigas. In A. Ferro (Ed.), Vida e Arte do povo português (pp. 187-196). Secretariado de Propaganda Nacional.
  26. Louis, M. A. L. (1963). Le folklore et la danse. Maisonneuve & Larose.
  27. MacCaw, D. (2011). The Laban Sourcebook. Routledge. https://doi.org/10.4324/9780203852842
  28. Moura, M. (2000). Sistematização da Dança Tradicional Portuguesa: Classificação das variáveis coreográficas Espaço, Ritmo e Gestos Técnicos. [Tese de Doutoramento em Motricidade Humana na especialidade de Dança, FMH - Universidade Técnica de Lisboa]. Faculdade de Motricidade Humana.
  29. Mundo em Reboliço. (2022). A viagem. https://www.mundoemrebolico.pt/pt/detail/a-viagem/
  30. Nettl, B. (1983). The study of ethnomusicology: Twenty-nine issues and concepts. University of Illinois Press.
  31. PédeXumbo. (2006). Contra danças não há argumentos. PédeXumbo - Associação para a promoção de Música e Dança.
  32. Ribas, T. (1982). Danças Populares Portuguesas. ICALP - Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, Colecção Biblioteca Breve.
  33. Ribeiro, M. de S. (1970). Música e dança. In F. C. P. L. (Dir.), A arte popular em Portugal, Volume II, (pp. 365-385). Editorial Verbo.
  34. Royce, A. P. (2002). The anthropology of dance (2nd ed.). Dance Books.
  35. Sardinha, J. A. (2000). Tradições musicais da Estremadura. Tradisom.
  36. Tércio, D. (2006). Lançar o futuro (dança e desfolclorização). In PédeXumbo, Contra danças não há argumentos (pp. 46-54). PédeXumbo - Associação para a Promoção de Música e Dança,
  37. Tércio, D. (2008). Devoção, fartura e transgressões na festa de São Gonçalinho em Aveiro. Etno-folk, revista galega de etnomusicoloxía, 12(1), 69-85.
  38. Tropa, A. (Director), & Giacometti, M. (Author). (1974). O povo que canta [Documentary series]. In F. D’Orey & M. J. Veloso (Producers). RTP. https://www.rtp.pt/programa/episodios/tv/p33734
  39. Viterbo, S. (1892a). Artes e Artistas em Portugal: Contribuições para a história das artes e industrias portuguezas. Livraria Ferreira. https://purl.pt/322
  40. Viterbo, S. F. M. (1892b). Danças. In S. Viterbo, Artes e Artistas em Portugal: Contribuições para a história das artes e industrias portuguezas, (pp. 222-274). Livraria Ferreira. https://purl.pt/322
  41. Viterbo, S. (1898). Fastos religiosos (festas e procissões). Typografia de A. F. Vasconcellos. https://purl.pt/42687