
Porquê associar ecologia à dança? O dossiê que este número da RED oferece é uma aproximação à problemática inerente a essa pergunta. Aproximação que fica inevitavelmente incompleta, não apenas devido à amplitude do universo da dança, aqui apenas aflorado, mas também pela extensão do termo ecologia. Propondo este número da RED uma aproximação àquela pergunta, interessa sobretudo identificar o modo como as questões ambientais se têm plasmado na criação em artes performativas. Os artigos aqui reunidos adotam o termo “antropoceno” para caracterizar a era em que vivemos. Fazendo-o, convidam, direta ou indiretamente, a uma ação que pode ir desde um aguçar de consciência até ao convite para a ação e para o protesto. No seu conjunto, se equacionarmos, não apenas a secção de artigos originais, mas também a de conexões, podemos distinguir neste número um enraizamento nas práticas de criação ecologicamente situadas, num exercício fecundo de investigação a partir e com a prática artística.