Saltar para menu de navegação principal Saltar para conteúdo principal Saltar para rodapé do site

Artigos originais

Vol. 3 N.º 2 (2025): Revista Estud(i)os de Dança 6

Uma fábula sobre as rosas

DOI
https://doi.org/10.53072/RED202502/00202

Resumo

 

 O artigo centra-se no interesse do debate sobre a dança como estratégia fabulatória, com o objetivo de provocar rupturas do encarceramento enquanto medida punitiva, interseccionando enfrentamentos, questionamentos e reflexões sobre as políticas públicas de um sistema marcado pela decadência. Para tal, mobilizamos projeções pessoais e coletivas ao estabelecer um lugar de escuta e reconhecimento das histórias, com vista à construção de possibilidades de vida no pós-cárcere. A pesquisa in loco decorreu numa penitenciária paulista. Na elaboração do texto, articulámos a abordagem da escuta proposta nos estudos do Corpo sem Vontade da investigadora e coreógrafa Helena Bastos (2017), conceitos em dança a partir das pesquisas do teórico e crítico de dança André Lepecki (2012, 2017). Outra base conceptual provém das análises ao sistema punitivo da investigadora feminista norte-americana Angela Davis (2018) e das conceptualizações sobre o encarceramento na América Latina, a partir dos estudos do jurista Eugenio Raúl Zaffaroni (2024), articulados com os trabalhos da artista e autora Jota Mombaça (2021). Para ilustrar o texto, apresentamos uma das ações desenvolvidas dentro da unidade prisional onde as práticas fabulatórias foram conduzidas.

Referências

  1. Afonso, J. J. R. (2018). Polícia: Etimologia e evolução do conceito. Revista Brasileira de Ciências Policiais, 9(1), 213–260. https://periodicos.pf.gov.br/index.php/RBCP/article/view/539
  2. Almeida, D. P. (2021). A visão das plantas (1.ª ed.). Todavia.
  3. Bastos, M. H. F. A. (2014). Corpoestados: Singularidades da cognição em dança. Revista Brasileira de Estudos da Presença, 4(1), 138–147. https://seer.ufrgs.br/index.php/presenca/article/view/37894
  4. Bastos, M. H. F. A. (2017). Corpo sem vontade (M. Altalef, Rev. e Trad.). ECA/USP; Cooperativa Paulista de Dança.
  5. Butler, J. (2022). A vida psíquica do poder: Teorias da sujeição (R. Bettoni, Trad.; 1ª ed., 6ª reimpressão). Autêntica.
  6. Carroll, L. (2023). Alice no país das maravilhas (F. Kataoka, Trad.). Garnier Editora.
  7. Césaire, A. (2020). Discurso sobre o colonialismo (C. Willer, Trad.; M. D’Salete, Ilust.; R. de Campos, Cronologia). Veneta.
  8. Concilio, V. (2005). Teatro e prisão: Dentro da cena e da cadeia. Sala Preta, 5, 151–158. https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v5i0p151-158
  9. Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. (2007). Bíblia Sagrada (1.ª ed.; F. J. H. Arnedo, Coord.).
  10. Davis, A. (2018). Estarão as prisões obsoletas? (M. Vargas, Trad.; 1.ª ed.). Difel.
  11. Dunker, C., & Thebas, C. (2019). O palhaço e o psicanalista: Como escutar os outros pode transformar vidas. Planeta do Brasil.
  12. Foucault, M. (2014). Vigiar e punir: Nascimento da prisão (R. Ramalhete, Trad.; 42.ª ed.). Vozes.
  13. Freire, P. (2019). Pedagogia do oprimido. Paz & Terra.
  14. G1 São Paulo. (2025, 24 de abril). Entenda o caso da estudante da USP encontrada morta perto de estação do metrô na zona leste de SP. G1. https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/04/24/entenda-o-caso-da-estudante-da-usp-encontrada-morta-perto-de-estacao-do-metro-na-zona-leste-de-sp.ghtml
  15. Goffman, E. (2015). Manicômios, prisões e conventos (D. M. Leite, Trad.). Perspectiva.
  16. Hooks, B. (2017). Ensinando a transgredir: A educação como prática da liberdade (M. B. Cipolla, Trad.; 2.ª ed.). WMF Martins Fontes.
  17. Katz, H., & Greiner, C. (2012). Visualidade e imunização: O inframince do ver/ouvir a dança (pp. 1-13). In Anais do II Congresso Nacional de Pesquisadores em Dança – ANDA (jul.). http://www.helenakatz.pro.br/midia/helenakatz31343141580.pdf
  18. Lepecki, A. (2012). Coreopolítica e coreopolícia. Revista Ilha, 13(1), 41–60. http://dx.doi.org/10.5007/2175-8034.2011v13n1-2p41
  19. Lepecki, A. (2017). Exaurir a dança: Performance e a política do movimento (P. A. B. Costa, Trad.; 1.ª ed.). Annablume.
  20. Mombaça, J. (2021). Não vão nos matar agora (1ª ed.). Cobogó.
  21. Muniz, Z. (2016). Mapa de possibilidades na perspectiva do coreógrafo. In J. Xavier, S. Meyer, & V. Torres (Orgs.), Tubo de ensaio: Composição [Interseções + Intervenções]. Instituto Meyer Filho.
  22. Sá, A. A. (2013). GDUCC: Uma estratégia de reintegração que visa a inclusão social. In A. A. de Sá, A. G. M. Braga, M. E. A. N. Bretan, & V. Calderoni (Coords.), GDUCC – Grupo de Diálogo Universidade-Cárcere-Comunidade: Uma experiência de integração entre a sociedade e o cárcere (pp. 11-20). Ministério da Justiça.
  23. Souza, B. (2025, 28 de abril). Funcionário é preso após estuprar paciente no Hospital das Clínicas, em SP. CNN Brasil. https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/sudeste/sp/funcionario-e-preso-apos-estuprar-paciente-no-hospital-das-clinicas-em-sp/
  24. Venturelli, C. M., & Elkis, I. C. (2021). Gestos barreiras e Lab. Trincheira: Relatos sobre criação de dança em tempos pandêmicos. In H. Bastos (Org.), Coisas vivas: Fluxos que informam (pp. 52-73). ECA-USP.
  25. Zaffaroni, E. R. (2024). Colonização punitiva e totalitarismo financeiro: A criminologia do ser-aqui (J. Tavares, Trad. e Apres.; 2.ª ed.). Da Vinci Livros.