Saltar para menu de navegação principal Saltar para conteúdo principal Saltar para rodapé do site

Dossiê temático: Dança e ecologia

Vol. 3 N.º 1 (2025): Revista Estud(i)os de Dança 5

aTERRAr: Possibilidades de criação em dança perante os desafios socioambientais do Antropoceno

DOI
https://doi.org/10.53072/RED202501/00201

Resumo

Este artigo apresenta reflexões sobre as contribuições da dança face aos desafios socioambientais do Antropoceno, no que concerne, mais especificamente, às possibilidades de divulgação dos conhecimentos envolvidos. Como objeto de estudo, analisa-se a conceção do espetáculo “aTERRAr: e se deixássemos de ser Humanos?”, criado como uma palestra-performance — um género híbrido, cénico-científico, de caráter simultaneamente didático e artístico — que procura desenvolver outras formas de apresentar questões atuais e prementes. O ponto de partida adotado é a interação entre diferentes campos do saber, sustentada por um diálogo transdisciplinar que pressupõe a prática da ecologia de saberes, sem hierarquização do conhecimento. Conclui-se que a dança, tal como as demais artes da cena, pode contribuir para enfrentar os desafios do Antropoceno, com diferentes propostas e formas de apresentar as problemáticas desta época. A criação de obras artivistas, através de diferentes estratégias, pode despertar o interesse do público pelo assunto, favorecer a apreensão sensível das questões, convocar o pensamento crítico e incitar à ação.

Referências

  1. Angus, I. (2023). Enfrentando o Antropoceno: Capitalismo fóssil e a crise do sistema terrestre (G. Vicenzi & P. Davoglio, Trads.). Boitempo.
  2. Anthropocene Working Group. (2024). What is the Anthropocene? Current definition and status. Subcommission on Quaternary Stratigraphy. http://quaternary.stratigraphy.org/working.groups/anthropocene/
  3. Catalão, M. (2017). Uma genealogia para a palestra-performance. Urdimento - Revista de Estudos em Artes Cênicas, 1(28), 4–14. https://doi.org/10.5965/1414573101282017004
  4. Crutzen, P., & Stoermer, E. (2000). The “Anthropocene”. Global Newsletter, 41, 17–18.
  5. Danowski, D., & Castro, E. V. (2014). Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins. Instituto Socioambiental.
  6. Deleuze, G., & Guattari, F. (2010). O que é filosofia (B. Prado Jr. & A. A. Muñoz, Trads., 3ª ed.). Editora 34.
  7. Fausto, J. (2022). Os desaparecidos do Antropoceno. In E. V. Castro, R. M. Saldanha, & D. Danowski (Orgs.), Os mil nomes de Gaia: Do Antropoceno à Idade da Terra: Volume 1 (pp. 278–318). Editora Machado.
  8. Foer, J. S. (2020). Nós somos o clima: Salvar o planeta começa no café da manhã (M. M. Galvão, Trad.). Rocco.
  9. Haraway, D. J. (2023). Ficar com o problema: Fazer parentes no Chthuluceno (A. L. Braga, Trad.). n-1 edições.
  10. João, I. (2023). Língua Vegetal Guarani. In F. Carnevalli, F. Regaldo, P. Lobato, R. Marquez, & W. Cançado (Orgs.), TERRA: Antologia afro-indígena (pp. 103–116). Ubu Editora / PISEAGRAMA.
  11. Kolbert, E. (2015). A sexta extinção: Uma história não natural (M. Pinheiro, Trad.). Intrínseca.
  12. Kopenawa, D., & Albert, B. (2015). A queda do céu: Palavras de um xamã Yanomami (B. Perrone-Moisés, Trad.). Companhia das Letras.
  13. Krenak, A. (2022). Futuro ancestral. Companhia das Letras.
  14. Latour, B. (2020). Diante de Gaia: Oito conferências sobre a natureza no Antropoceno (M. Meyer, Trad.). Ubu Editora / Ateliê de Humanidades Editorial.
  15. Martin, N. (2021). Escute as feras (C. V. Boldrini & D. Luhmann, Trads.). Editora 34.
  16. Marques, L. (2023). O decênio decisivo: Propostas para uma política de sobrevivência. Elefante.
  17. Millás, C. R. G. (2020a). O que pode vir a ser uma dança acrobática. In M. de S. Vieira (Org.), Práticas sensíveis de movimento na dança (Vol. 2, pp. 69–84). ANDA. https://portalanda.org.br/publicacoes
  18. Millás, C. R. G. (2020b). Trilogia do corpo no espaço: influências da prática de escalada na criação cênica em dança. Urdimento - Revista de Estudos em Artes Cênicas, 2(38). https://www.revistas.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/18082/11909
  19. Millás, C. (2023a, 15 de dezembro). aTERRAr - filmagem íntegra [Vídeo]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=4TL9Oiw8gBU
  20. Millás, C. (2023b, 9 de agosto). Clip palestra-performance "aTERRAr: e se deixássemos de ser Humanos?" [Vídeo]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=6RVq7emCwss
  21. Millás, C. (2023c). TRAILER 01 aTERRAr 2023 [Vídeo]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=h6_d7m9h00A
  22. Nelson, R. (2022). Practice as research in the arts (and beyond): Principles, processes, contexts, achievements (2ª ed.). Palgrave Macmillan.
  23. Rajagopalan, K. (2000). Traição versus transgressão: Reflexões acerca da tradução na pós-modernidade. ALFA: Revista de Linguística, 44(1), 123–130. https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/4284
  24. Raposo, P. (2015). “Artivismo”: Articulando dissidências, criando insurgências. Cadernos de Arte e Antropologia, 4(2), 3–12.
  25. Richardson, K., Steffen, W., Lucht, W., Bendtsen, J., Cornell, S. E., Donges, J. F., Drüke, M., Fetzer, I., Bala, G., von Bloh, W., Feulner, G., Fiedler, S., Gerten, D., Gleeson, T., Hofmann, M., Huiskamp, W., Kummu, M., Mohan, C., Nogués-Bravo, D., Petri, S., Porkka, M., Rahmstorf, S., Schaphoff, S., Thonicke, K., Tobian, A., Virkki, V., Wang-Erlandsson, L., Weber, L., & Rockström, J. (2023). Earth beyond six of nine planetary boundaries. Science Advances, 9(37), eadh2458. https://doi.org/10.1126/sciadv.adh2458
  26. Rockström, J., Steffen, W., Noone, K., Persson, Å., Chapin, F. S., Lambin, E. F., Lenton, T. M., Scheffer, M., Folke, C., Schellnhuber, H. J., Nykvist, B., de Wit, C. A., Hughes, T., van der Leeuw, S., Rodhe, H., Sörlin, S., Snyder, P. K., Costanza, R., Svedin, U., Falkenmark, M., Karlberg, L., Corell, R. W., Fabry, V. J., Hansen, J., Walker, B., Liverman, D., Richardson, K., Crutzen, P., & Foley, J. A. (2009). A safe operating space for humanity. Nature, 461, 472–475. https://doi.org/10.1038/461472a
  27. Santos, B. de S. (2010). A gramática do tempo: Por uma nova cultura política (3ª ed.). Cortez.
  28. Stengers, I. (2015). No tempo das catástrofes: Resistir à barbárie que se aproxima. Cosac & Naify.
  29. Tsing, A. L. (2019). Viver nas ruínas: Paisagens multiespécies no Antropoceno. IEB Mil Folhas.
  30. Varanda, L. (2023). ATERRAR: E se deixássemos de ser humanos? [Website]. https://www.projetoaterrar.com.br/