Maria José Fazenda é professora coordenadora na Escola Superior de Dança do Instituto Politécnico de Lisboa e investigadora integrada no CRIA - Centro em Rede de Investigação em Antropologia, Polo Iscte-IUL. Doutorada em Antropologia pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. Licenciada em Antropologia e Mestre em Antropologia Social e Cultural e Sociologia da Cultura pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Fez o Curso de Dança do Conservatório Nacional, instituição onde também lecionou Técnica de Dança Clássica. Fez crítica de dança no jornal Público (1992 - 2001). Publica regularmente em edições da especialidade. É autora dos livros Dança Teatral: Ideias, Experiências, Ações - 2ª edição revista e atualizada (Colibri, 2012 [Celta, 2007]) e Da Vida da Obra Coreográfica (Imprensa Nacional, 2018).
O atual panorama da dança teatral em Portugal é multicolorido. O propósito deste dossiê é contribuir para o conhecimento desta prática na atualidade, dos sentidos e das realidades sociais que atualiza, dos movimentos de pessoas a que dá visibilidade. Em Portugal, a dança teatral de carácter profissional ganha expressão muito tardiamente. Só após a Revolução de 25 de Abril, que põe fim ao regime autoritário do Estado Novo, no contexto de uma democracia estável, é que a dança atesta um crescimento assinalável. Neste texto, destacamos produções — escritas, visuais, sonoras — que traçam a sua trajetória histórica e/ou os seus movimentos e orientações estéticas, e enquadramos a diversidade da dança atual, sublinhando, no ano em que se celebra o quinquagésimo aniversário da Revolução dos Cravos, a importância da ação política, de todas as partes, para construir o terreno propício ao desenvolvimento de uma dança livre e plural, aberta à diversidade dos idiomas de movimento, dos corpos dançantes, das representações das experiências de grupo vividas e das narrativas individuais.
Referências
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